segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Patañjali
Médico e sábio Hindu (Séc. II a.c. – há cerca de 2500 anos)


Patañjali, codificou e sistematizou o Yoga pela primeira vez, através dos Yoga Sutras, uma colecção de 196 aforismos divididos em quatro capítulos. Legou-nos o Yoga para realização da consciência, a Gramática para purificação da palavra e a Medicina para perfeição da saúde.
Yoga Citta Vritti Nirodah
Patañjali definiu o Yoga como o “controlo da frequência das ondas mentais”.
“A mente pode ser comparada a uma agulha coberta de lama e Brahman a um íman.
A agulha não pode ser atraída pelo magnetismo, sem antes livrar-se totalmente da lama”.
Sri Ramakrishna (1836-1886)

Tendo em vista esta Purificação ou Kriyá (externa e interna), o sistema de Yoga de Patañjali é dividido em 8 membros:
YAMA, Paz com o mundo
NIYAMA, Paz consigo
ÁSANA, Paz com o corpo físico
PRÁNÁYÁMA, Paz com o metabolismo e a energia vital
PRATHYÁHARA, Paz com os órgãos dos sentidos, os pensamentos , as emoções e a imaginação, através da abstracção
DHARANÁ, Paz com os processos cognitivos, com o intelecto, através de uma mente focada, – Ekagratá
DHYÁNA, Paz com a mente profunda, citta, através da meditação pelo controlo da frequência das ondas mentais
SAMÁDHI, Paz com o ser – superconsciência – estado semente

Focamos aqui os alicerces do Yoga:

II-30 – Yama, princípios de conduta ou de auto-controlo

AHIMSÁ, não violência para com o todos os seres
SATYA, viver com a verdade
ÁSTEYA, não se apropriar de algo indevidamente
BRAHMACHÁRYA, transmutar os desejos pela percepção da unidade em todas as coisas
APARIGRAHA, desapego a posses desnecessárias

II-31 – Estes são grandes votos universais, incondicionados por classe social, lugar, tempo ou circunstância

II-32 – NiYama, alicerces de Yama (auto-controlo)

SHAUCHÁ, pureza do corpo e da mente
SAMTOSHA, contentamento, aceitação e compreensão das leis universais do Dharma
TAPA, vontade enérgica, convicção
SVADHYÁYA, auto-estudo, atitude reflexiva sobre si próprio
ÍSHVARA PRANIDHÁNA, entrega ao princípio de vida

II-33 – As questões e incertezas que causam sofrimento devem ser superadas pelo sentimento oposto
II-34 – Os juízos questionáveis que dão origem a violência e outros, sejam consumados, incitados ou aprovados, são causados pela ilusão, cólera e impaciência. Tenham intensidade forte, moderada ou fraca resultam em ignorância e sofrimento e por isso devemos usar o sentimento oposto
II-35 – Quando nos estabelecemos firmemente na não violência, a hostilidade afasta-se na nossa presença
II-36 – Quando nos estabelecemos firmemente na verdade, os resultados dependem das acções
II-37 – Quando nos estabelecemos firmemente na honestidade, a riqueza é atraída
II-38 – Quando transmutamos os desejos pela realização da Unidade em tudo, obtemos grande vigor e energia
II-39 – Quando se persevera no desapego a posses desnecessárias, conhece-se o sentido da vida
II-40 – Quando se pratica a pureza, desenvolve-se aversão pelo seu oposto
II-41 – Com a purificação do Ser obtém-se alegria, concentração, domínio dos sentidos e aptidão para conhecer o Eu.
II-42 – A prática do contentamento produz uma felicidade incomparável
II-43 – A vontade enérgica destrói impurezas e deenvolve poderes físicos e sensoriais (Siddhi)
II-44 – Meditar sobre si próprio conduz à união com energias superiores desejadas
II-45 – Pela entrega plena ao Princípio de Vida atinge-se o Samádhi (Suprema Consciência ou Meditação profunda)

Sem comentários: